quarta-feira, 16 de maio de 2012

Capela São Pedro e São Paulo - 130 anos de história - 1882 á 2012

A PRIMEIRA CAPELA
                                                                                                     
A primeira capelinha de Tocos tem o sabor de uma lenda, envolta num mundo distante, embaçado pelo tempo, mas que se insere num pioneirismo religioso anterior à primeira Capela de Nossa Senhora das Vitórias no povoado de Porto União da Vitória.
O povo era ainda escasso, as distâncias imensas, os rios e a floresta compacta de pinheiros e imbuias gigantes dificultavam o avanço das primeiras levas de colonizadores. E assim, quase que simultâneo ao povoado próximo ao Porto de embarque no Iguaçu, nascia o povoado de Tócos, que por muitos anos foi um dos pontos de comércio.
Os primeiros habitantes, vindos de várias regiões, eram geralmente muito rudes e aventureiros que vinham dispostos a abrir picadas e enfrentar o bugre e a onça pintada. Não estavam em missão evangelizadora e também não traziam padres para prestar-lhes assistência religiosa. Por isso não é de estranhar que uma de suas últimas preocupações foi construir uma igreja para rezar. E os padres também custaram a descobrir a região, só acontecendo muitos anos depois, quando a Paróquia de Palmas e, depois os da Paróquia de Lages adentraram o sertão, a cavalo, para batizar, crismar e realizar os casamentos, chegando por aqui por volta de 1889.
Pelo ano de 1882, sabe-se da existência de uma pequena capela doméstica, em Tocos, em louvor ao Senhor Bom Jesus Iguape, construída pela Sinhana Bita (Ana Pereira da Maia Bita), e anualmente, em agosto, promovia uma grande festa ao seu santo protetor. A capela era enfeitada com muitas flores e as cercas tinham muitas folhas de palmeiras, havia foguetório, comida, bebida, fandangos, onde se misturavam ricos e pobres.


A SEGUNDA CAPELA

Em 1897, foi adquirida uma área de terras para a igreja e segundo o Livro Tombo da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias, foi em 02 de maio de 1915 que Frei Rogério Neuhauer, primeiro pároco Franciscano da Paróquia, procedeu a benção e a colocação da Pedra Fundamental da 2ª Capela de Tócos.
Em 25 de setembro de 1915 houve festa em Tócos para ajudar a capela que estava em construção.
Em 02 de julho de 1916 em meio a uma grande festa o Frei Rogério procedeu a benção da capela, pequenina e de madeira. O altar e a sacristia ficavam num puxado, tipo meia-água. E ao seu lado, um pouco mais a frente, encontrava-se a casa de comércio do Sr. Germano Kurten, que negociava com os tropeiros de Palmas, que ali vinham buscar açúcar e sal, transportando-os no lombo de muitas mulas, que precisavam de descanso em potreiros do comerciante.
Onde hoje está a Igreja, havia dois depósitos, um para sal e outro para o açúcar. Porém, entre 1918 e 1919, todas as benfeitorias e terras, cerca de um alqueire, foram vendidas ao Sr. José Della Barba que continuou os negócios.

A TERCEIRA CAPELA

À página 148 do segundo livro Tombo da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias, consta que a Capela de Tócos foi reconstruída, em alvenaria, com torre e presbitério novo, que deram à capela um aspecto mais agradável e mais prático, sendo que por ocasião da festa do padroeiro São Pedro no ano de 1948, celebrou-se a primeira missa nesta capela.
A terceira capela, já em alvenaria, foi construída logo atrás da segunda capela, que era de madeira.

A QUARTA CAPELA

Com o aumento da população, a capelinha ficou pequena para tanta gente, sendo que em 1962, quando o bairro ainda era Tócos, o livro Tombo relata: “No bairro de Tócos, fez-se uma grandiosa festa no dia de São João, num dia de inverno muito frio, apesar disso, como tinha sido programado, foi lançada a Pedra Fundamental da nova Capela em alvenaria”.
O padre Vigário fez uma explicação da cerimônia e animou o povo para rezar e trabalhar a fim de levar ao bom termo a construção da capela.
Foi então construída a atual igreja, idealizada pelo então pároco, Frei Ciríaco, juntamente com a Diretoria da Igreja formada pelos senhores: José Maria de Araújo, Assis Brito e Lourenço Vieira, cujos padroeiros escolhidos foram São Pedro e São Paulo.
               Em 30 de agosto de 1963, a localidade de Tócos passou a denominar-se Bairro São Pedro, através da lei n° 391, decretada por Salustiano Costa Júnior, então prefeito municipal.
A atual capela, mesmo inacabada, passou a ser utilizada para celebrações à partir de 1971.

A PARÓQUIA SÃO PEDRO E SÃO PAULO

No início do ano de 2005, durante a posse dos padres diocesanos na Paróquia Nossa Senhora das Vitórias, criou-se uma expectativa de tornar realidade um sonho antigo de criar uma Paróquia no Bairro São Pedro. Constituímos uma comissão para elaborar o projeto, designada pelo pároco Padre Vilmar Gazaniga, formada pelos senhores: Alceu Jung, Geraldo Czezeski, Waldemar Bostelmann, Mauro Zavaski, Lineu Frankoski, Emerson Benardczuk e Itacir Dalazari.
Após várias reuniões, estudos, pesquisas e visitas, foi elaborado um projeto, que definiu que a sede paroquial será no Bairro São Pedro, e que as comunidades no Vice-King, Bela Vista, São Bernardo do Campo, Km 13, Legrú, Nova Galícia e Santa Maria passarão a pertencer à nova Paróquia.
O projeto foi apresentado pela comissão ao Bispo Dom Luiz Carlos Eccel em Caçador no dia 27 de maio de 2005, obtendo parecer favorável e hoje se torna realidade, com o título de Quase - Paróquia, teremos todas as atribuições de uma paróquia com autonomia administrativa e financeira. No dia 29 de junho de 2005, tomou posse como administrador da Quase – Paróquia São Pedro e São Paulo, o Padre Moacir da Silva Caetano.
Em 2007 o titulo de Quase - Paróquia deixou de existir, passando a ser chamada de Paroquia São Pedro e São Paulo e tendo hoje como pároco o Padre Lourenço da Silva.

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